Capítulo II — Primeiros Passos

O primeiro passo fora de Verdant Village fora mais difícil do que eu imaginara.

A primeira diferença que senti foi na temperatura, que caiu vertiginosamente se comparado com os arredores de minha vila natal, seus tons pintados com as cores do outono começavam a desbotar mais e mais com a chegada do inverno. As árvores estavam com sua folhagem mais rala, mas o chão estava apinhado delas, formando um tapete laranja belíssimo por onde caminhei durante algum tempo, até perceber que já havia me distanciado o suficiente. Um córrego corria próximo e eu podia ouvir o som de alguns pokemons insetos conhecidos ecoando por entre as arvores espaçadas, trazido pelos ventos gélidos que premeditavam o início do inverno.

- Sparkle, fique atento...Não sabemos como vai ser o caminho daqui pra frente - Alertei o aracnídeo que deu a volta pelo meu torax procurando qualquer perigo com seus muitos olhos.

Apesar da preocupação, não parecia um lugar perigoso.

Então aconteceu.

Da pokebola em minha cintura, um dos meus pokemons se libertou, expulsando aquele brilhp esbranquiçado da transferência dimensional e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, Amy era envolvida por uma luz esbranquiçada que já tinga tido a oportunidade de ver outrora.

Amy estava finalmente deixando sua fase de casulo e se tornando uma linda Beautyfly.

Atualização

Aron

Sparkle e eu acabamos por fazer nossa dança esquisita, rodeando nossa evoluída companheira que se animou gritando seu próprio nome algumas vezes, juntando-se a nós batendo suas asas com força naquele vôo tresloucado característico das lepidópteras.

- Amy, você esta linda! -  Comentei ainda naquela estranha dança tribal circular, enquanto Sparkle repetia constantemente seu nome em meio a faíscas de empolgação.  

Não sei se foi a pressa dele ou a nossa festa a culpada pelo incidente que se seguiu. Tudo que sei é que, num momento eu estava transbordante de felicidade por ter minha borboleta evoluída em sua forma final e, no segundo seguinte, estava sentindo a dor de quem é brutalmente atropelado por um transeunte apressado que me jogou ao chão.

Me ergui com certa dificuldade, com a poeira do evento ainda embaçando parcialmente minha visão, cuspindo a terra que eu comera durante o impacto truculento. Vi poucas partes do indivíduo, especialmente porque estávamos emaranhados, mas suas roupas eram negras, feitas de couro e muitos dos spikes que despontavam de sua jaqueta foram os responsáveis por me machucar mais gravemente naquele truculento encontro.

A poeira abaixou quando nós dois estávamos de pé e eu finalmente pude notar seu moicano violáceo, somado a expressão carrancuda acompanhada de vários xingamentos destinados à mim, mesmo sendo ele o culpado pela nossa derradeira queda.

No meus pés, um pequeno vidro contendo uma substância esverdeada girava. Provavelmente caíra do bolso do Moicano durante o encontro brusco. Eu me agachei para pegá-lo na intenção de devolvê-lo quando o outro percebeu meu movimento.

- Ei! Isso é meu! Eu tive o maior trabalho pra roubar isso! – Soltou um pouco antes de perceber que acabara de admitir um crime. Peguei o frasco na mão e guardei na mochila, abrindo um sorriso travesso no rosto, deixando-o ainda mais irritado, com uma veia saltando na testa.

- Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão – Falei com confiança, embora não pretendesse ficar com o frasco, que aliás eu não sabia do que se tratava. Com a pressa que ele estava correndo, muito provavelmente o verdadeiro dono daquela mercadoria devia estar por perto e, caso esbarrasse nele, poderia devolver o item para seu dono.

Aquela não era uma atitude muito sensata de minha parte e muito provavelmente poderia me custar a vida, mas meus recentes encontros com a Team Eclipse me renderam uma auto confiança que não sabia possuir. Aquele garoto raivoso todo trabalhado em couro não me causava os mesmos arrepios que Richard ou Thereza.

- Você se meteu com a pessoa errada, pivete. – Disse, enquanto retirava de seu bolso uma pokebola que emitiu um brilho branco antes de finalmente libertar uma forma humanoide do que parecia ser um boneco castanho mau encarado. A pokedex identificou como sendo um hitmontop, um tipo lutador como dos que enfrentaria em Twinfirst. Seria um ótimo teste inicial.

- Amy, vamos ver o quão forte você se tornou – Falei e a borboleta quicou naquele voo tresloucado característico. A primeira coisa que percebi é que tínhamos ganhado asas (dã) e perdido a necessidade daqueles movimentos apressados com o cuspe de teia, na verdade, as asas nos impossibilitavam. Todo meu estilo de controle relacionado a ela tinha que ser modificado, mas tive pouco tempo pra raciocinar sobre isso. Meu oponente tinha feito seu movimento.

Rápido demais para que eu pudesse ordenar alguma esquiva por parte de Amy, o ladrãozinho ordenou que seu Hitmontop atacasse com um chute giratório, de forma que ele ficou de ponta cabeça girando feito um peão na direção da pequena lepidóptera, que recebeu o golpe em cheio, mas não causou quase nenhum dano graças a tipagem dupla da borboleta.

- Amy, use o Gust – Ordenei e ela bateu as asas com força, lançando uma corrente de ar que imediatamente afastou o pokemon lutador, que rolou junto com a areia do local até onde seu dono estava.

- Levante-se, seu inútil! – Disse, entre uma tosse e outra, cuspindo a areia que as correntes de ar levantaram.

- Não dê espaço pra ele, Amy, use Gust de novo – Ordenei e eu devia desconfiar que aquilo era uma armadilha.  

As correntes de ar acertaram o pokemon lutador causando um dano crítico e eu quase pensei ter vencido, mas, tomado de uma estranha força de vontade o pokemon saltou sobre a pequena Beautifly com uma ira vingativa acertando um duro golpe em Amy, mas a tipagem dupla da borboleta conseguiu dar conta dos danos e bastou bater as asas que o hitmontop foi mandado direto contra o seu treinador ladrão, já com suas vistas embaralhadas, completamente desmaiado. Uma luz vermelha o envolveu e o pokemon foi recolhido.

- Espero que grave bem o nome Melchior, pois você ainda vai tremer quando ouvir o nome do maior criminoso de Aurille – Falou, antes de se embrenhar no matagal que nos cercava e sumir com mesma velocidade que aparecera.

Sparkle revirou seus quatro olhos nas orbitas e eu ri.  

Por pura segurança recolhi Amy e segui meu caminho pela rota, me perguntando se encontraria o verdadeiro dono daquele frasco. Talvez me falasse do que se tratava seu conteúdo.

Atualização

Aron

Um enredo muito simples mas ainda sim bastante divertido, eu realmente gosto da forma que você leva sua aventura, parece até o Original Mundo Pokémon. Foi uma batalha realmente boa, você soube narra-la com muita fluidez. Só sugiro que evite ficar saltando tantas linhas e/ou parágrafos, ficou um pouquinho chato de ler mas nada que fosse realmente muito preocupante. Enfim, parabéns pela evolução de Beautifly.

Após o encontro nada agradável com Melchior, O Maior Criminoso de Aurille, meus passos largos me levaram na direção de uma pequena queda d’água, cercada por uma densa vegetação tropical, com suas raízes se emaranhando em pedras moldadas pelas correntes das águas e cobertas por musgos esverdeados, que me lembravam estranhamente o conteúdo que havia roubado de Melchior.

Sparkle explorava o local do seu jeito hiperativo, subindo pelos troncos, pulando pelos galhos e faiscando por entre as folhagens molhadas pelas brumas da cachoeira. Eu me encolhi e provei a água me certificando de que era potável e me aproximei da queda para encher o cantil quando algo me chamou atenção atrás da cortina de água.

Era uma forma azulada, encolhida atrás de uma das pedras, amedrontada com minha presença. Parecia proteger algo, algo que brilhava fracamente na sombra. Por curiosidade me aproximei um pouco mais e foi quando um jato d’água me acertou no rosto, fazendo-me tropeçar em uma pedra atrás de mim. Num segundo, minha visão contemplava as muitas gotículas que despencavam de uma altura de dois metros da minha cabeça, no outro, olhava para o céu nublado de um inverno não tão rigoroso.

Sparkle faiscou ao meu encontro, uma corrente elétrica se desprendendo de sua pelagem dourada e acertando onde outrora estava oculto a estranha criatura. Ela ganhou os ares, numa perfeita cambalhota que teria levado-a direto para uma das muitas pedras que quase submergiam na pequena lagoa formada pela cascata, mas um segundo indivíduo, emergindo de meio das aguas, o acertou com o próprio próprio corpo branco e laranja fazendo o primeiro perder a rota do salto e cair nas águas da lagoa com o estranho objeto que segurava caindo próximo do atacante. Antes que eu pudesse dar a confusão por armada, um terceiro pokemon saiu do meio da vegetação com seu corpo amarelado correndo atrapalhadamente na direção do objeto que perdia seu brilho na claridade, mas seu trejeito desastrado o fez cair em cima de seu objetivo que foi lançado pelas aguas no meu colo, me molhando no processo.

A pokedex indicou que se tratava de um Poliwag, um Goldeen e um Psyduck. Os três começaram a brigar entre si sem perceber que o objeto estava comigo. Enquanto eles se preocupavam em se estapear para roubar “a coisa”, eu a avaliava nas mãos. Ali, na claridade o brilho de outrora desvanecia, mas sua consistência era pegajosa e úmida. Era musgo. Mas não era como os que eu via na Floresta de Verdant Village, entretanto não explicava a fixação daqueles pokemons com ele.

Foi quando notei que a barulheira característica de parque aquático repentinamente cessou e me vi sendo furiosamente encarado por três pokemons aquáticos nada amigáveis.

- Sparkle... – Comecei, mas tive pouco tempo para dar a ordem, uma vez que três jatos d'água vinham em minha direção.

Por sorte, meu Joltik já estava pronto para o resgate e atou um fio nas minhas costas, içando-me até o galho de uma arvore e ao meu sinal, lançou uma corrente elétrica direto na água onde se encontravam os pokemons.

Gostaria de dizer que uma batalha épica aconteceu, mas a condutibilidade aquática tornou tudo fácil demais para a pequena aracnídea, que assistiu horrorizada os espasmos elétricos percorrerem o corpo dos pokemons até que eles desmaiassem.

Desci da arvore com pressa e avaliei a situação sem me aproximar da água, ciente que talvez ainda estivesse ionizada.

- Desculpe...Vou levar isso comigo para vocês não brigarem mais. – Falei para ninguém, já que estavam os três não estavam em condições de me ouvir.

Sparkle subiu no meu ombro e seguimos a estrada rumando para uma ponte que despontava no horizonte.

Atualização

Aron

Okay, você simplificou uma etapa que poderia ter sido bem mais desenvolvida. Por mais que tivesse usado uma estratégia, ainda sim foi muito simples. Peço que como é uma missão elabore mais seu enredo.