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Ato 02 - Viajando (Finalmente).

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Ato 02 - Viajando (Finalmente). Empty Ato 02 - Viajando (Finalmente).

Mensagem por Hektor Verunni Seg Jul 08, 2019 4:14 am

Ato 02.
- Viajando (Finalmente!).



                Então aquela era a Rota 16. Era estranho que eu estivesse morando em Aurille nos últimos anos, e ainda assim nunca tivesse realmente pisado em seu solo. Minha avó e eu tínhamos viajado diretamente para Illuce, usando um serviço de transporte pokémon. Agora, eu via pela primeira vez uma pequena fração do norte do continente. Pensei em perguntar ao Natu da região qual a direção correta para Argent City, mas ele havia simplesmente desaparecido! Tão rápido quanto me trouxera ali. Levemente perturbado, esfreguei o rosto e comecei a caminhar pelas redondezas levemente pantanosas, que rapidamente fizeram os pelos em meus braços arrepiarem. Tenso, agachei e abri minha mochila, vestindo meu grosso casaco de lã de mareep e enrolando um cachecol vermelho ao redor do pescoço, empurrando-o para dentro da blusa, onde cobriria meu peito. Estava caminhando não haviam nem dez minutos, quando encontrei a encruzilhada que dividia a rota apontando para três caminhos diferentes. Aquele do qual eu viera, provavelmente o ponto de encontro do natu teleportador, outro para a Rota 15 e outro para Argent City, meu destino. Tomado de uma urgência e devoção que só o imediatismo da viagem podia trazer, continuei caminhando com meus pensamentos, surpreendentemente grato por estar só. Do jeito que eu tinha passado a infância inteira, até conhecer torchic. Agora tinha staryu, e conhecia A.J. e seus pokémon. Mas eu não podia mais esquecer de quem eu era.

             A verdade era que meus pais não eram pessoas normais. Eles tinham provocado a ira de alguma criatura extremamente poderosa ao mexerem com forças que não entendiam. Embora eu buscasse felicidade e uma vida ordinária, precisava entender que cedo ou tarde, resquícios daqueles erros chegariam ao meu caminho. O karma era grande demais, para parar com a morte deles. Lucian era uma prova. Meu padrinho com cara de vilão e pensamento egocêntrico acreditava que eu devia ser como seus amigos. Mas eu era neto de minha avó. Não filho deles, por assim dizer. Com a cabeça confusa, abracei a mim mesmo apenas por reflexo, já que o ambiente era frio, mas não enregelante. Logo, aquela estrada levaria a algum lugar onde eu pudesse passar a tarde treinando e tentar minha sorte armando minha barraca pela primeira vez.

              Quem sabe quais outras aventuras poderiam vir salvar a minha mente de uma incessante inquietação? Naquele instante, eu só queria um foco de apoio para aliviar minhas tensões. E acreditava que meus pokémon também.

--X--

Objetivos:
- Solicitar Desafios;
- Captura (1 estrela - stunfisk);


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Ato 02 - Viajando (Finalmente). Empty Re: Ato 02 - Viajando (Finalmente).

Mensagem por Sammy Seg Jul 08, 2019 11:45 am

Desafios
Escolha dois dos quatro desafios




Único Fosforo


Treine ou lute com Torchic ao seu lado. Faça com ele alcance o nível 20.



Recompensa:
+1 Nivel

Um Novo Amigo


Capture um Pokémon de raridade ★.


Recompensa:
+1 Níveis
+1 Antidote

Carmesim
★★


A Cicatriz de Hektor está queimando, ardendo como magma. Um líquido amarelado e transparente escorre pelo seu rosto como uma lágrima, sangue começa a se espalhar pelo olho do rapaz. A cicatriz acabou sendo exposta por algum motivo, está se tornando grave e precisa de tratamentos. Seja criativo, a Route 16 está repleta de ervas e frutos medicinais.


Recompensa:
+2 Niveis
1x Revival Herb
1x Oran Berry

Recordações
★★


O passado de Hektor está o atormentando mais uma vez. Ele está assustando seus Pokémons e além disso fala sozinho. O rapaz parece estar a beira da loucura. Vendo a oportunidade uma Ekans se enrolou no corpo de Torchic pronta para devora-lo, Hektor precisa sair daquele surto e seguir em frente. Salvar o Pokémon é a prioridade.



Recompensa:
+2 Niveis
1x Poison Barb
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Ato 02 - Viajando (Finalmente). Empty Re: Ato 02 - Viajando (Finalmente).

Mensagem por Hektor Verunni Sáb Jul 13, 2019 7:59 am

Ato 02.
- Viajando (Finalmente!).



                Ao que parecia, finalmente havia encontrado o lugar ideal para reunir meus materiais e começar a armar acampamento. Contudo, a ciência da coisa não era exatamente como colocá-la em prática, e eu devia dizer aquilo que eu estava olhando não se parecia em nada com a foto da barraca no manual de instruções. Eu tinha absoluta certeza de que a aparência dela deveria ser bem mais estável do que aquilo que eu estava vendo. Francamente, aquilo estava completamente desnivelado! Bufei de frustração, certo de que era um péssimo aventureiro se não conseguia me virar sozinho ao ar livre. Coçando a cabeça, notei o som diferente que minha staryu fazia, observando-me atenta. Ela estava rindo da minha cara? Fiquei boquiaberto observando-a, sentindo-me profundamente ultrajado, quando torchic começou a piar logo em seguida. O que tinha acontecido com a lealdade pelos treinadores? O mundo estava perdido!

- Vocês sabem que rir assim de quem alimenta vocês é um erro, né? E se eu decidir deixar os dois sem jantar? - Indaguei, como se fosse a coisa mais normal do mundo deixar seus pokémon passarem fome. Os dois paralisaram, entreolhando-se. Foi a minha vez de rir. - Viram como é bom? É lógico que eu jamais faria isso com vocês! Hahaha... - Ri dos dois, mas levei um susto quando staryu usou seu Water Gun para mandar um jato d'água na minha cara. Torchic esganiçou-se, levando um susto. Para me defender, ele usou Peck em staryu, que desviou. Os dois então pareceram esquecer que estavam brincando. - Hei, seus brigões, parem já com isso! - Os dois correram ao redor, pisando no meu saco de dormir e terminando de desmontar a barraca que tinha sido armada de maneira completamente equivocada. O Ember de torchic passou voando pela minha cabeça, bem como o Water Gun de staryu, que acertou a árvore acima da minha barraca. Lá do alto, onde eu não conseguia mais ver, caiu uma fruta direto na minha cabeça.

           Em um segundo eu estava berrando para os dois pararem. No outro, eu só via roxo, enquanto uma Razz Berrie amassada explodia na minha cara e me molhava inteiro. Paralisado pelo susto do impacto e pela sensação gosmenta na cara, apenas lambi os lábios depois de sentir o cheiro agradável. Era uma berrie bastante doce, mas não mudava em nada o meu estado de espírito. Depois de ser humilhado por um padrinho esquisito com conexões com uma tal de Equipe Eclipse, agora eu era forçado a ser atormentado pelos meus pokémon. Abri a boca para repreendê-los, mas logo senti o ardor dominar as minhas vistas. Exclamando num grunhido indefinido, corri na direção do pequeno lago que eu tinha visto, cuja presença tinha contribuído para que eu decidisse parar por ali. A água parecia limpa e agradável. Agachei-me, lavando o rosto e esfregando-me com urgência. Até que finalmente pude enxergar de novo e aliviar aquele ardor. Vi staryu e torchic mirando-me da margem, os dois parecendo preocupados e arrependidos. Se é que eu poderia arriscar dizer como staryu estava se sentindo, já que ela sempre parecia ter a mesma cara. Mas eu podia dizer pela posição de seus braços, levemente caídos. Sorri e ergui os polegares, animado. Os dois rapidamente agitaram-se, então resolvi ir até eles, agora encharcado.

- Vocês ainda vão acabar me matando... EPA! - Interrompi-me com a imensa dor que sentir ao pisar em algo que enviou uma corrente elétrica insuportável através do meu corpo. Caindo para o lado, girei pela lama segurando o pé machucado, sentindo a argila grudar no meu cabelo e em uma das bochechas. - Por ARCEUS! Hoje não é meu dia! Eu juro por Mew que se vocês rirem de novo eu troco os dois com o primeiro treinador que aparecer! - Staryu conteve-se, mas torchic estava claramente se divertindo demais. - Afinal, no que foi que eu pisei?

- Fisk! Stuuuunfisk! - Um stunfisk revelou-se, emergindo da lama com uma cara de poucos amigos. - Fisk! - Ele viu meus pokémon e usou um ataque do tipo elétrico, atacando-os sem aviso. Eu conseguia entender o lado dele, então pensei que dava para solucionar a questão de forma mais amigável e sair dali. Não era um pokémon que eu conhecia ou tinha intencionado capturar, então podia evitar aquela luta.

- Olha, stunfisk. Nós vamos embora. Sinto muito por pisar em você, mas eu não vi sua cauda com toda essa lama e... - Levei um Mud Shot na cara. Simples assim. Senti todo o sangue que encheu minhas bochechas, e o ódio que fez arder as chamas do inferno no meu olhar. - EU NÃO ACREDITO! Quer saber? Você é meu agora! Staryu, eu escolho você! - Meu pokémon adiantou-se, enquanto eu esfregava meus olhos para conseguir enxergar. - Viu que ele parece um tipo aquático, mas estava enterrado na terra e usou um golpe elétrico? - Perguntei, e staryu assentiu. - Então. Com esses movimentos, ele vai ser um grande desafio para você. Mas ele também é fraco contra os seus ataques. Não vai ser tão simples nos derrotar. Portanto, vamos ser rápidos! - Staryu assentiu preparando-se. Correndo para junto de minha perna, torchic observava, ansioso. - Use Harden, Staryu! Em seguida, use Water Gun!

        Usando o ataque combinado, staryu passou a reluzir com o novo aspecto de seu corpo. Sem esperar pelo movimento ofensivo, stunfisk rebateu com um Thunder Shock, que acertou em cheio. Staryu pareceu abalada, mas resistia. Ela não esperou que eu repetisse minhas ordens e arremessou-se contra o adversário, girando velozmente no ar como um bumerangue. Aquilo era completamente ideia do meu parceiro pokémon. Algo fascinante, que parecia quase como se minha staryu pudesse planar em plena terra firme. O Water Gun então surpreendeu o pequeno pokémon, parado na terra. Empurrou a criatura por alguns metros ao longe, fazendo-o rolar. Stunfisk rapidamente usou o Mud-Shot contra staryu, tentando atingir meu pokémon com o seu golpe de maneira eficiente. Mas rapidamente gritei "Rapid Spin", e staryu girou em meio ao ataque, desfazendo-o e avançando com um poderoso impacto novamente. Stunfisk liberou energia elétrica, e eu sabia que seu dual type o tornaria menos fraco contra tipos aquáticos. O que era uma vantagem para quando estivesse no meu time. Mas agora, um problema. Ele atingiu staryu com outro Thunder Shock, e eu temi o pior.

- Staryu, use Recover! - Brilhando intensamente a partir da pedra vermelha em seu centro, staryu recuperou-se completamente, parecendo nova em folha. - Agora, salte e combine seu Rapid Spin com o seu Water Gun, para atingi-lo múltiplas vezes!

   Staryu girou enquanto utilizava o movimento aquático, esguiçando água repetidas vezes sobre stunfisk ao passo em que também chegava cada vez mais perto até acertá-lo mais uma vez. Ela girou para longe em seguida, pousando sobre dois braços com precisão magnífica. Preparei-me para orientá-la por mais vezes, mas então percebi que stunfisk estava parado no mesmo lugar. Ele havia ficado inconsciente de maneira tão discreta, que eu sequer havia notado. Ansioso, lancei minha pokébola em sua direção, torcendo pelo melhor. Quando ela piscou, revelando minha captura, comemorei e dei um pulo, acrescentando a ball dele ao meu colete. Lavei o rosto mais uma vez e chamei meus pokémon todos de volta. Eu precisava buscar um lugar coberto para passar a noite, já que a barraca não seria armada corretamente naquele dia. Mais tarde, na entrada de uma pequena caverna que acabei encontrando, acendi uma fogueira com um pouco de querosene natural de camerupt e assei marshmallows. Tinha comido Lámen instantâneo e dado a ração dos pokémon. E estava tão cansado, que mal conseguia ficar com o olho aberto. A coceira na minha cicatriz era constante, mas eu achava que era apenas uma irritação momentânea. Mais curioso, finalmente liberei stunfisk e o cumprimentei, sorrindo.

- Olá, amigo. Sinto muito que tenhamos nos conhecido de um jeito tão rude, comigo pisando em você. - Disse, de forma delicada. - Sabe, eu só capturo pokémons com dois tipos, e pelo que pude notar, você é um tipo solo elétrico. O que é bastante curioso, considerando que são tipos bastante opostos. Você não é indefeso contra tipos água, o que é sempre bom para um tipo solo. Fico imaginando qual a sua próxima forma, quando evoluir... - Sorri, puxando minha pokédex para pesquisar sobre ele. Stunfisk sorria de maneira engraçada, enquanto comia. Ele tinha um corpo bastante curioso, aparentemente feito para esconder-se no solo em camuflagem, mas também possuía barbatanas que o permitiam voar. E não possuía evolução alguma. Nenhuma. Necas. Nop. Disfarcei qualquer opinião sobre o assunto, para não magoar o pequenino. Escondendo minha leve frustração, imaginei que estávamos reunidos porque tínhamos algo a aprender um com o outro. Mas não conseguia ver aquele pokémon encarando Lucian de igual para igual... Talvez este fosse um problema meu como treinador. Eu não liberaria um pokémon porque não podia evoluir. Era ridículo. Eu o tornaria mais forte.

Aquele era mesmo um dia daqueles... Depois de tudo o que tinha passado, agora tinha uma nova missão e um novo companheiro. Então, o saldo era positivo. Lembraria para sempre como o dia em que capturei meu stunfisk. Não como o dia em que dormi no frio e tudo deu errado. Era uma boa alternativa de memória. Suspirando, acariciei stunfisk por algum tempo, até que ele decidiu que seria divertido tirar-me de meu quase sono, com um pequeno choque! Ultrajado, o chamei de volta. Agora mais essa, um pokémon trickster no grupo... Tudo de que eu precisava. Lembro que antes de dormir apenas pensei em como meu olho estava coçando e no quanto ardido aquele lado do rosto estava ficando. Se eu soubesse o que iria enfrentar no dia seguinte, talvez tivesse agido de maneira completamente diferente.

--X--

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- Desafio: Um Novo Amigo;


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Ato 02 - Viajando (Finalmente). Empty Re: Ato 02 - Viajando (Finalmente).

Mensagem por Sammy Sáb Jul 13, 2019 8:35 pm

Atualização
Hektor
Olá dupla, sim, somos uma dupla de acordo com o Evento da Tormenta... mas isso não vem ao caso. Enfim! Eu gosto do modo em que você está levando sua Jornada Pokémon, você tentou nos prometer uma aventura amargurada e dura, algo dramático e complexo... mas está apresentando o completo oposto. Sua Aventura está sendo feliz, animada, agitada e tudo isso. Isso é bom de verdade, é bom saber que Hektor é uma pessoa boa e que os traumas do passado ainda não estão interferindo no agora.

Sobre a aventura de hoje, devo admitir que foi bastante engraçada. Não esperava menos, até porque você quis capturar um Stunfisk, quem liga pros Stunfisk?
PRÊMIO
Ato 02 - Viajando (Finalmente). 120
Staryu — Saúde: 50% —  Bem Paralysis
Staryu recebeu 2 Níveis e subiu ao nível 14. Aprendeu Psywave.

Ato 02 - Viajando (Finalmente). 618
Stunfisk
Stunfisk capturada com sucesso.
Stunfisk #618:
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Ato 02 - Viajando (Finalmente). Empty Re: Ato 02 - Viajando (Finalmente).

Mensagem por Hektor Verunni Seg Jul 15, 2019 5:09 am

Ato 02.
- Viajando (Finalmente!).



                A Minha cabeça estava doendo bastante. A dor latejava e irradiava até a minha nuca, através do meu olho coberto pela cicatriz. Por algum motivo, minha ferida estava suando, como se infecção e líquido contaminado deixasse os meus poros. A tentativa de tocá-lo com mais urgência trouxe o pus e um pouco de sangue à minha mão. Suspirando, tentei controlar o pânico e arrastei-me para fora do meu saco de dormir, indo olhar na minha mochila o espelho de mão que eu trazia. Ao redor da minha íris e por toda a córnea, meus vasos sanguíneos estavam estourados. O que explicava as lágrimas de sangue. A pele uma vez queimada também não parecia em bom estado, ainda que o motivo fosse totalmente incerto, para mim. Nunca tivera qualquer problema com aquela parte do meu corpo antes. Bem, considerá-la asquerosa e tentar cobri-la com os cabelos não era um problema real. Eu entendia que era coisa da minha cabeça. Mas aquilo estava diferente. Pela primeira vez desde que podia lembrar, temia pela minha saúde. Na infância e nos últimos anos, era extremamente difícil que eu ficasse doente, por qualquer motivo. Agora, minha vida parecia um tropeço constante. Não importava. Mesmo com a dor e a incerteza, eu nunca me sentira tão vivo. Usei a minha garrafa d'água para lavar a região, franzindo o cenho para o ardor inevitável. Em dúvida sobre o que fazer, não sentia condições de levantar imediatamente e partir para Argent City, ou de volta para Illuce. Ainda achava que cedo ou tarde, aquele ardor terminaria. Mas estava enganado. Logo uma febre insistente começou, acompanhada de uma tosse e dor no corpo preocupantes. Em determinado momento, acho que meus pokémon ouviram meu resmungar de dor e liberaram a si mesmos das pokébolas.
          Preocupados, vi que estavam reunidos ao meu redor, indecisos. Staryu derramou água em meu rosto com seus poderes, ainda que nada muito agressivo. Fiquei com medo que stunfisk decidisse tentar ajudar e acabasse dando-me um choque capaz de arrepiar os cabelos, mas ele apenas deitou-se no solo ao meu lado, quietinho. Torchic bicou meus cabelos, provavelmente tentando animar para que eu me levantasse. Sentir o seu medo e total inquietação foi bastante ruim. Devagar, toquei minha cicatriz com a minha pequena toalha de rosto, lavando-o mais uma vez com a água de staryu, que parecia ajudar bastante. Talvez a água de um pokémon aquático capaz de usar Recover, tivesse propriedades analgésicas. Ainda assim, eu sabia que tinha comprado tempo para raciocinar. Mas ainda precisava descobrir a causa do meu estado.

- Obrigado por cuidarem de mim. - Pedi, sorrindo para meus pokémon. Logo, comecei a fazer força para me levantar e arrumar as minhas coisas. Tinha que sair dali. Faltava pouco até Argent City. E o clima extremamente frio tornaria necessário todo o agasalho com o qual eu viera preparado. Ainda assim, a tontura que me abatia não deixava os meus pensamentos, tornando turva a visão.

        Estava quase pronto para deixar a pequena caverna, quando notei um pequeno senhor que vinha caminhando. Havia encolhido pela velhice, mas possuía uma barba branca farta e óculos escuros em formato de uma lua cheia, capazes de ocultar completamente os seus olhos. Coberto de um xale verde-musgo, vinha cantarolando ao lado de seu companheiro pokémon, um zangoose. Ele deteve-se em frente à caverna, observando a mim e meus pokémons com certa incerteza. Então caminhou até que pudesse examinar muito bem a minha cicatriz, com um olhar atento, quase paternal.

- Com licença? Quem é o senhor? - Indaguei, ainda pressionando a pequena toalha contra meu ferimento.

- Eu sou só um andarilho, meu jovem. Meu nome é Yôh. Viajo por toda Aurille, desde muito jovem quando acompanhava o meu avô. Tenho visto muitas coisas ao longa da vida, e uma intoxicação por esporos venenosos é irreconhecível. - Surpreso, quase repeti o que ele havia dito, tentando compreender o nome. - Você precisa se cuidar imediatamente. Normalmente sua ferida não ficaria infeccionada desta forma tão rápido, mas a sua pele deve ser bastante sensível nesta região.

- Eu não entendo como posso ter sido envenenado. Eu só dormi naquela caverna ali, ó. - Apontei, acanhado. - Montar acampamento não é uma das minhas melhores habilidades.

- Oh não, a caverna dos gulpins. - O velhinho observou-me, levemente sem graça. - Gulpins e swalots vivem nessa caverna há muitos anos. Eles cobrem cada centímetro do lugar com seu muco, extremamente venenoso. - Avisou-me, coçando a cabeça. - Normalmente não seria um problema, mas se você dormiu no chão, deve ter tocado na terra e coçado o rosto.

- O que faremos agora? - Aquilo doía como o inferno. - Tenho que chegar até Argent City. Talvez no Centro Pokémon...

- Você não pode esperar tanto! Ainda tem algum chão no frio da taiga pela frente. Uma febre e o veneno pode chegar ao seu sangue. Temos que ir até o jardim dos gulpins. - Ele afirmou, categórico. - A sua sorte é que eu já estava indo até lá, para alimentá-los, em minha visita mensal.

      Retornamos para a caverna, caminhando no ritmo permitido pelo meu estado debilitado. De maneira solidária, o zangoose de Yôh apoiou-me pelo trajeto, enquanto continuamos em frente dentro da escuridão. Em dado momento, Yôh acendeu uma lanterna, e eu pedi que torchic usasse suas brasas para iluminar o caminho ainda melhor. O cheiro do ar parecia cada vez mais denso e mofado, como se as toxinas no ar finalmente se fizessem sentir na umidade do ar. Logo o túnel da caverna deu em um pequeno precipício, com dois caminhos que seguiam nas laterais da cratera. No alto escuro, estalactites pendiam como ameaçadoras agulhas de pedra prontas para cair e nos matar. Talvez eu estivesse sendo mais dramático que o normal devido ao meu estado febril, mas tinha certeza de que aquilo não parecia correto. Era como se estar ali fosse algum tipo de violação.

- À direita, seremos levados por um caminho que termina em uma corredeira. Se cairmos na água, ela nos arrastará até os arredores de Argent City. Então, vamos pela esquerda. - Rindo, o velho começou a caminhar na direção indicada, mas deteve-se de súbito. - Oh, sim. Aí estão eles.

         Três pequenos gulpins estavam posicionados no meio da entrada ondular. Com expressões corajosas e pouco amistosas, pareciam prontos para o ataque. Sem alternativa, liberei todos os meus pokémon. Graças a Arceus, eram eles quem teriam de efetivamente lutar. Mesmo comandá-los parecia cansativo, enquanto cobria meu olho ruim.

- Torchic, salte sobre os gulpins e utilize Ember! Staryu, Recover para se restaurar depois da última luta! Em seguida, Rapid Spin! - Pedi, com firmeza. - Stunfisk, use Mud-Shot!

        Todos agiram imediatamente, e zangoose puxou Yôh para liberar o caminho. Os gulpins rapidamente reagiram, usando combinações de Acid Spray e Sludge. Staryu desviou rapidamente, mas stunfisk foi atingido em cheio. Torchic aproveitou-se do foco dos seus adversários e os acertou com seus golpes. Os gulpins emitiram um guincho desordenado, enquanto pulavam por toda a parte. Staryu acertou um deles com o Rapid Spin, e a pequena criatura ficou fora de combate.

- Stunfisk, use Thunder Shock! - Pedi, e meu pokémon rapidamente agiu para atender meu chamado. - É isso! Staryu, use Recover outra vez! E depois Psywave! Torchic, Peck!

          Logo os três pokémons caíram, principalmente quando staryu os atingiu. Movimentos do tipo psíquico eram realmente eficazes contra os tipos venenosos. Apoiado na pedra da caverna, sorri enquanto arfava, agradecendo pela habilidade dos meus pokémon. Yôh nos alcançou novamente, para que pudéssemos seguir em frente. Estava ficando cada vez mais difícil de respirar. E o estado febril no qual me encontrava enviava arrepios pelo meu corpo. Também podia sentir suor frio escorrendo pelas minhas costas e pelo pescoço. Minha camisa preta estava molhada, e eu tremia. Meus pokémon caminhavam ao meu lado, enquanto stunfisk havia pousado sobre meu ombro, envolvendo-o. Juntos, continuamos em frente, mas parecia cada vez mais difícil.

- Não falta muito agora. Veja, a luz! - Ao longe, no final do corredor pedregoso, finalmente podíamos ver a luz do sol. Sorrindo debilmente com a novidade, quase não percebi a risada infantil que enchia os meus ouvidos.

                Caí de joelhos na caverna. Minhas mãos enterraram-se no solo, mas senti felicidade ao perceber que estava frio. Era gostoso, eu já não sentia tanto frio. Eu não podia me lembrar do rosto do meu melhor amigo, mas sabia que aquela risada, era a risada de Joe. Meu melhor amigo, o único que tinha se aproximado de mim, mesmo que meus pais fosse intimidadores. O Conglomerado Verunni tinha incendiado por completo, e com ele toda uma vida que eu teria caso não tivesse sido salvo por minha avó. Sorrindo, pensei que meu amigo tinha finalmente vindo me buscar. Era estranho que não fossem meus pais. Eles não gostavam de mim? Talvez eu fosse muito parecido com minha avó. Rindo, senti o calor da casa em chamas contra o rosto. Quase podia tocar o fogo. Doeria? Achava que não. Minha mão estava tão fria. Na escuridão, olhos vermelhos miravam os meus. Agora eu sabia que meus pais eram cientistas do Team Eclipse, sócios e executivos da empresa genética criminosa, que visava adulterar o DNA de pokémons para torná-los poderosos. Quem era a criatura responsável por impedi-los de avançar nas pesquisas? Um pokémon vítima de seus experimentos? Provavelmente. Eu saberia quando a morte ampliasse minhas possibilidades. Quando pudesse ouvir deles o que sentiram quando a carne derreteu e despencou de seus ossos...

- Hektor, levanta! - O velho Yôh puxava o meu braço, tentando tirar o meu rosto do solo envenenado. - Vamos, você não pode ter mais contato com isso! - Senti o pokémon que se agitava em meu ombro. Stunfisk. Ele chiava, e foi quando dei conta de sua presença que notei o olhar preocupado em seus olhos. Decidido, ele usou um golpe elétrico contra mim, provocando um grito e pondo-me de pé em um só pulo.

- Mas que droga! - Gritei, horrorizado. Todos assustaram-se, mas pareciam felizes pela minha reação. - Tá bom, já entendi! Vamos sair desse túnel!

                  Correndo de qualquer jeito na direção do sol, tropecei por algumas vezes e fui cambaleando até me largar sobre a grama cheia de orvalho da região. O lugar parecia uma planície, exceto pelo tom do verde e o esverdeado dos pequenos poços de água pantanosa que espalhavam-se por toda a parte. Dois deerlings outono podiam ser vistos por ali, bem como diversos gulpins, swalots e  wurmples. Vi também beautiflys, um dustox e até mesmo alguns heracross, yamas e ekans. Débil, observei uma pequena colina elevada, no centro do Jardim dos Gulpins. Eram vistosas, e tinham berries bastante brilhantes de coloração rosa claro em seus galhos carregados. Eu já as tinha visto antes. Não lembrava o nome.

- São Pecha Berries. - Riu Yôh, orgulhoso. - Faremos um unguento para o seu olho, e ele deverá curar o veneno, puxando-o de seu sangue.

- É incrível. Muito bonito aqui. Impressionante como eles parecem ignorar nossa presença. Não têm medo, estão acostumados a serem livres. - Murmurei, então comecei a caminhar em volta, sentindo-me melhor apenas por ver aquela maravilha. - Me admira que não tenham invadido este lugar. E também entendo porque o defendem com tanto empenho. Eu faria o mesmo. - Suspirei, abraçando a mim mesmo e lutando para não pensar nos fantasmas daquelas visões.

         Acompanhado dos meus pokémons, corri na direção do jardim, entrando no meio das árvores. Ouvi Yôh gritar o meu nome, mas não lhe dei ouvidos. Pecha Berries eram gostosas de se comer no estado natural, também. Se me fariam sentir melhor, seria um prazer pegar algumas. Subindo a pequena colina, desequilibrei-me e caí por cima de um tronco oco de árvore, que saiu rolando pelo outro lado, indo abaixo na direção da água do pântano. Nossa queda foi retida pelo barro mais seco, mas o que vi dentro do tronco provocou uma completa reviravolta em minha cabeça. Era outro Yôh! Ou ao menos, um senhorzinho idêntico àquele que tinha guiado-me até ali. Ajudando-o a rastejar de dentro da madeira, desatei os nós de suas amarras, tornando a sentir a febre que me abatera momentos antes. Era melhor que eu não tivesse abusado da minha situação. Correr até ali cobrava o seu preço.

- Meu jovem, você foi envenenado? - Assenti. - Vejo que precisa de um pouco de infusão de Pecha Berry. Alguém especialista em tipos veneno como eu, não vive sem. - Ele resmungou, tirando um vidro transparente do bolso, e espirrando o conteúdo no meu olho.

- Ai! Oh Deus! - Exclamei, dobrando o corpo e cobrindo o rosto com as mãos. - Como dói! - Sofri, mas apenas ao piscar já podia perceber a melhora significativa.

- Hektor, espere! - O outro Yôh olhou para a cena diante de si, e sua expressão modificou-se. Ele mexeu em seu pulso, e uma espécie de holograma se desfez, revelando um homem mais velho e nada parecido com o bom velhinho. Era Lucian. Meu padrinho. - Vejo que a sorte mais uma vez contribuiu para o seu sucesso, rapaz. Eu queria torná-lo cúmplice de um grande momento para o Team Eclipse, ainda que indiretamente. - Ele puxou uma espécie de frasco do bolso, abrindo-o e lançando-o na água do pântano.

- Não! Como pôde fazer isso? Vai abalar o equilíbrio da região, corromper todo o jardim! - Yôh parecia revoltado, e muito ofendido. - Não posso permitir! Swalot, vá! - O pokémon do velhinho surgiu, inflando-se . Ao redor, pokémons diversos corriam para se esconder, quando Lucian liberou uma Rapidash de Kanto e um Delcatty, que logo avançaram, posicionando-se agressivamente. O zangoose que ele tinha usado em seu disfarce retornou, também. Estava sorrindo de maneira tão maldosa quanto o seu treinador.

             Eu sabia do que Lucian era capaz. Ele não estaria ali só para me atormentar. Seu ato no lago demonstrava que o tal Team Eclipse tinha algum tipo de interesse em toda Aurille. Eu não me importava nem um pouco. Só sabia que se meu padrinho estava em um lado, eu ficaria no outro. Pousando uma das mãos no ombro do verdadeiro Yôh, sorri fraco. Já me sentia um pouco melhor. Olhei para meus pokémon, e eles entenderam a mensagem. Logo partiram em defesa do jardim. Éramos poucos para os poderosos pokémon de Lucian, mas desistir porque há havia sido derrotado antes era o oposto do que significava um treinador pokémon.

- Vamos ver se você melhorou alguma coisa desde a última surra, moleque! - Lucian riu, e senti vontade de dispensar os pokémon e socá-lo diretamente nas fuças eu mesmo. - Rapidash, Megahorn! Delcatty, Thunderbolt! Zangoose, X-Scissor!

- Swalot, evasiva e em seguida acerte a Delcatty com Sludge Bomb! - Ordenou o senhor Yôh, apoiado em seu cajado e parecendo imperturbado, apesar de concentrado. Tentei absorver um pouco daquela calma, respirando fundo e posicionando meus pés para firmar o corpo. Ainda estava levemente tonto, mas a força que partia da minha garganta vinha de dentro. Independia da minha carne. Eu não compreendia a situação. Mas sabia que estava certo. E a convicção sempre me dava forças.

- Vamos lá, torchic! Salte e use Peck contra zangoose! Staryu, use Water Gun contra rapidash! Stunfisk, mire seu Mud-Shot em delcatty e combine com sludge bomb de swalot! - Coordenei, esperando até que eles saltassem no momento adequado. - Vão, pessoal!

- A determinação dos seus pokémon é tocante, mas eles simplesmente não estão no nosso nível. - Lucian riu, enquanto seus pokémon moviam-se rapidamente.

              Rapidash saltou tão alto quanto torchic, e acabaria acertando-o imediatamente com o Megahorn. Mas o golpe de stunfisk que havia errado o alvo em delcatty, acabou passando sobre a cabeça da felina e acertando em cheio o rosto de rapidash. O pokémon de fogo reclamou, impossibilitado de enxergar. Foi então que torchic caiu, acertando em cheio com o Peck. Swalot por sua vez foi mais feliz, e acertou o alvo. Antes disso, no entanto, delcatty tinha sido capaz de atingir staryu com o Thunderbolt. Zangoose encaixou o X-Scissor no meu pokémon, mas também foi atingido pelo Water Gun. Todos caíram, ou pousaram em seus respectivos lados. Staryu ainda estava de pé, mas vi com pânico que sua pedra já começava a brilhar, dando sinais da sua exaustão. Sem que Lucian pedisse, sua delcatty parecia sorrir e usou outro Thunderbolt contra ela. Meu stunfisk saltou, absorvendo toda a carga e rindo com ousadia para o pokémon do meu padrinho. Ela rosnou.

- Vejo que esse esquisito aí tem espírito. Vamos ver se o bastante. - Lucian ergueu uma das mãos, parecendo estar começando a levar a luta a sério. Eu não sabia se aquilo era bom ou ruim para mim. - Rapidash, livre-se dessa lama agora! Use Fire Blast! Delcatty, ataque pelos flancos com Ice Beam. Mire no staryu! Zangoose, use Thunder Punch no swalot!

- Swalot, use Shadow Ball contra Rapidash! - Advertiu Yôh, ainda firme na mesma posição, imune às provocações de Lucian. Ele olhou para mim, e sorriu com os olhos. - Fique tranquilo, rapaz. Faça apenas o seu melhor.

- Certo! - Não podia dizer o quão feliz aquelas palavras me faziam. - Staryu, use Recover! Em seguida, use Psywave contra delcatty! Torchic, combine Peck com Ember depois do primeiro impacto. Bico de Chamas! - Gritei, inventando nosso próprio golpe. Sorri de leve, olhando para stunfisk. - Vamos lá, garota! Use Thunder Shock contra Zangoose!

                Stunfisk agiu de maneira precisa. Ela atingiu zangoose no exato momento em que ele próprio atingira swalot. Escapando do golpe, a pokémon de Yôh revidou, usando Sludge Bomb no adversário, instintivamente. Zangoose caiu rolando para trás, enquanto todo o restante da batalha desenrolava-se ao redor. Staryu recuperou-se, mas eu sabia que ela ainda não estava em plenas capacidades. Ainda assim, ela bravamente desviou-se do ataque de delcatty, respondendo à altura com Psywave. Delcatty também conseguiu fugir, mas usou Thunder Shock outra vez, atingindo meu pokémon em cheio. Staryu caiu dessa vez, sua pedra brilhando. Ela estava exausta. Rapidash por outro lado, parecia mais feroz que nunca, enquanto lutava com torchic. Meu pequeno bravo pokémon saltava e tentava encaixar golpes de seu Peck, mas suas brasas em nada afetavam o pokémon de fogo muito mais poderoso. Distrai-lo e irritá-lo era mais apropriado. Depois de revidar zangoose e deixá-lo fora de combate, swalot finalmente cumpriu as ordens de Yôh, atacando com uma Shadow Ball que acertou perfeitamente. Swalot repetiu o golpe por várias vezes, atacando com ímpeto e ferocidade. Torchic aproveitou e continuou atacando. Rapidash finalmente recuou, ferida e irritada.

- Delcatty, Zen Headbutt no swalot! Essa gosma roxa já me atrapalhou demais - resmungou, agora sem qualquer traço de humor. - Rapidash, use Solar Beam no stunfisk. Ignore esse torchic o máximo que der.

- Stunfisk, use Thunder Shock na rapidash! Torchic, use Ember no delcatty! - Pedi de imediato, preparado para o que estaria por vir.

- Swalot, Sludge Bomb na Delcatty. - Yôh apenas falou, sem mover um músculo do lugar.

         Delcatty atingiu Swalott antes mesmo que o pokémon pudesse reagir para cumprir o mandato de seu treinador. Completamente ferido pelo golpe super efetivo, swalot rolou e deitou-se, parecendo mais molenga que o normal. Yôh o chamou de volta, parecendo bastante triste. Senti a pressão para me sair bem aumentar, mas não quis demonstrar meu pânico. Pelo menos não mais do que já era evidente. Stunfisk tentou acertar o alvo, mas rapidash desviou-se, correndo com a velocidade que só os pokémon da sua espécie possuíam. Ela finalmente liberou o Solar Beam, atingindo em cheio meu pokémon. Torchic acertou o Ember em delcatty, aproveitando-se da tontura na qual ela encontrava-se depois de nocautear swalot.

- Stunfisk, retorne! - Pedi, chamando meu amigo de volta. - Torchic, sem pressão, mas contamos com você!

            Torchic me olhou sobre o ombro, mas parecia feliz. Eu sabia que ele estava tentando me tranquilizar, o que só me deixava ainda mais preocupado. Lucian ordenou que seus pokémons atacassem novamente, e torchic foi atingido pelo Stomp de Rapidash, rolando para longe. Meu pokémon parecia prestes a desistir. Delcatty preparava um Thunder Shock para finalizá-lo. Ele tropeçou ao colocar a força em uma de suas perninhas, mas ergueu-se. Um dos olhos estava fechado, mas o outro brilhava de raiva e determinação. Nossos inimigos também estavam feridos. E ele sabia. O brilho da evolução o envolveu logo depois, trazendo novas formas ao seu corpo renascido. Diante de mim, combusken surgiu com uma aparência muito mais forte. Mesmo Yôh e Lucian pareciam surpresos. Tudo em que eu pensava, era nas horas de pesquisa sobre torchic e suas formas evolutivas. Eu conhecia os golpes, as características... Tudo. E sabia exatamente o nome do novo movimento que poderia nivelar a luta ao meu favor.

- Combusken, acerte a delcatty com seu Double Kick! - Combusken saltou numa velocidade ainda maior que a de Torchic. Atingiu a já ferida delcatty, que guinchou e caiu, rolando na colina. Fora de combate. - Agora, acerte Rapidash com seu Double Kick e em seguida, use Peck!

             Rapidash usou um Fire Blast contra combusken, mas ele atirou-se usando o Peck entre as chamas, cortando-as. Parecia uma visão incrível, ainda que ele estivesse sentindo danos do golpe. Ele seguiu em frente, correndo como uma espécie de pokémon do kickboxing. Atingiu em cheio o pokémon de fogo do meu padrinho, em seguida atacando-o com um Peck que virou uma espécie de cabeçada. Rapidash caiu fora de combate, meu peito arfando tanto quanto o de meu combusken.

- A evolução pode ter sido seu golpe de sorte, mas você mereceu sua vitória. Mas se o velho não tivesse derrubado metade do meu time quando fui prendê-lo e depois te auxiliado na nossa batalha, não sei se o resultado seria o mesmo. - Ele olhou bem para mim, sorrindo. - Sua cicatriz parece melhor. Acho que colocar a culpa nos gulpins foi desonesto. Eu pinguei veneno de arbok na sua cicatriz enquanto dormia. Tem alguns efeitos... diferentes. Queria testar sua dedicação. Não é um desperdício total. Você não sabe ainda, Hektor, mas o sangue dos seus pais corre nas suas veias. Vamos brilhar juntos quando o eclipse cobrir a terra.

- Nos seus sonhos, velho. Passar bem. Deixe o jardim dos gulpins em paz. - Pedi, sabendo que ele não tinha escolha. Combusken cuspiu brasas no chão, para ameaçá-lo.

- Muito bem. Já consegui o que eu queria fazer aqui. Testá-lo e realizar um pequeno experimento. É o bastante. - Lucian percebeu que os pokémon do jardim começavam a se aproximar, identificando-o como inimigo.

             Ele fugiu usando seu Altaria para escapar, o que demonstrava que ainda existia pelo menos um membro do seu time capaz de lutar. De alguma forma aquele jogo doentio era um ritual paterno dentro do seu delírio de padrinho/afilhado do mal. Eu e Yôh não sabíamos bem como reagir para auxiliar o local. Parecia que a mácula havia se instaurado ali, em um dos poços naturais de água. O velho senhor debruçou-se sobre o líquido, tocando-o e cheirando. Então ele chamou um dos swalots do jardim, que veio junto de três gulpins pequenos. Depois ele afastou-se, e veio caminhando lentamente até mim.

- Avisei que aquele poço não é mais seguro. Que os humanos estragaram. - Ele parecia cansado. - É muito triste que as pessoas erradas tenham descoberto sobre este lugar.

- Vamos tentar ajudar a escondê-lo. - Sugeri, tentando ser útil depois de tudo que alguém ligado a mim tinha feito.

               Eu e Yôh passamos a tarde toda ajudando os pokémon a acrescentarem camuflagens sobre a entrada da caverna. Quando o crepúsculo chegou, acenamos para eles enquanto continuávamos o caminho até Argent City, agora apropriadamente agasalhados. Com um novo e inesperado companheiro de viagem - pelo menos até Argent, quando Yôh planejava auxiliar a Polícia Pokémon em uma investigação de volta até o Jardim dos Gulpins - segui com o desejo de curar meus companheiros e continaur o meu campinho até Foggy Swamp.

- Hektor, eu tenho um presente para você. - Yôh continuou andando, no ritmo de sua idade. - As cavernas subterrâneas do Jardim são úmidas, e com muitas fontes naturais de água. Eu desbravei aquele lugar junto dos pokémons do pântano. E em nossas primeiras explorações, encontrei isto. - Ele ofereceu-me um lindo cristal azul, uma Water Stone. - Notei que seu pokémon é um staryu. E elas evoluem com o auxílio dessas pedras. Esta, meu rapaz, é uma forma de agradecer por tudo o que fez por aqueles pokémon. Eu não treino pokémons aquáticos. Mas sei que ela será muito útil no futuro, para você.

- Nem sei como agradecer, senhor Yôh. - Afirmei, meus olhos enchendo de lágrimas. Era a primeira pessoa a me dar um presente na vida, depois de minha avó. - Obrigado.

                Com o coração cheio de uma nova esperança, vi os contornos da cidade de Argent com uma nova sensação de alívio e expectativa. Na luta constante contra o meu passado, era bom que vez ou outra a luz vencesse, para variar...

     

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Mensagem por Aegir Seg Jul 15, 2019 10:07 am

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